sexta-feira, 23 de maio de 2014

CENDHEC toma posse no Conselho da Cidade do Recife

Tomou posse na tarde do dia 19 de maio, na Prefeitura da Cidade do Recife, o primeiro mandato do Conselho da Cidade do Recife. O Conselho é uma reivindicação histórica dos atores que militam no campo do direito à cidade e à reforma urbana, julgando que este espaço deve ser a instância de integração da política urbana e os diversos sujeitos que atuam.

A criação do Conselho já havia sido deliberado na 4ª Conferência da Cidade do Recife e foi reiterada na 5ª Conferência ocorrida no ano passado. Nesta última Conferência, se instituiu uma Comissão com 45 membros que ficaram responsáveis por redigir o projeto de lei que foi encaminhado para a Câmara.

O Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social (CENDHEC) fez parte dessa Comissão, que se converteu no 1º mandato do Conselho até que ocorra a próxima Conferência.

O Projeto de Lei, no entanto, por tensões internas na Comissão e tomadas de decisão da gestão municipal, acabou não correspondendo às deliberações da Conferência, principalmente no que diz respeito à composição do Conselho e à extinção do Conselho de Desenvolvimento Urbana e a incorporação de suas atribuições em uma Câmara Temática do ConCidade. Isso porque, a Prefeitura pautou a ampliação do número de empresários (de 4 para 6 membros) e a fusão de segmentos (de movimentos sociais e sindicatos – com redução de 3 vagas – e de entidades acadêmicas, profissionais e de pesquisa com ONG’s – com acréscimo de 1 vaga).


A primeira reunião do Conselho ficou agendada para o dia 10 de junho e a primeira tarefa será a votação do regimento interno. Entretanto, o desafio de democratizar a gestão da cidade e a construir enquanto direito é longo e se espera que o Conselho da Cidade dê uma importante contribuição nesse processo.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

15M :TI Camaragibe recebe protesto contra TIs, desapropriações e a favor de comerciantes


Para marcar o Dia Internacional de Lutas contra a Copa (15 de maio), conhecido como 15M integrantes de diversas organizações sociais em Pernambuco estarão realizando hoje uma ação contra as injustiças nas obras de mobilidade e da construção da Arena Pernambuco. O local escolhido foi o terreno no Loteamento São Francisco (Camaragibe) onde mais de 200 famílias foram desapropriadas para as obras ainda não realizadas de ampliação do TI de Camaragibe e do Ramal da Copa.
Inspirados pelo Encontro Nacional dos Atingidos(as) por Megaeventos ocorrido em Belo Horizonte, no início de maio, representantes dos removidos, estudantes, representantes de movimentos sociais e de sindicatos estarão nas ruas contra violações da Copa e todos os processos que hoje levam à tentativa de construção de um projeto de cidade cada vez mais excludente e privatista. O local foi escolhido também por ter sido onde usuários de transporte público se confrontaram com a polícia na semana passada.
Três temas foram acertados como principais a serem denunciados em Pernambuco, as mais de 2.000 remoções injustas para as obras de mobilidade e da Cidade da Copa, a tensão social criada entre os cerca de 7.000 comerciantes do Centro pela incerteza da realização da Fifa Fan Fest e a denúncia do mal funcionamento das obras viárias, que deveriam ter melhorado o transporte na Região Metropolitana do Recife. Além disso, também deve ser crucial a questão do divulgação do valor da Arena Pernambuco e da cessão de terreno para a Cidade da Copa e do respeito ao direito de manifestação.
Local de um grande protesto na semana passada, o Terminal Integrado de Camaragibe fica ao lado do terreno em que cerca de 200 famílias foram removidas do Loteamento São Francisco. Lá, haverá uma homenagem aos desapropriados que faleceram tentando receber as indenizações a que tinham direito e sofreram com o estresse e a depressão causada pela situação, que teria levado segundo o Comitê Popular da Copa pelo menos sete pessoas ao falecimento.
O Comitê Popular da Copa solicitou no ano passado ao candidato à presidência da República, Eduardo Campos, e neste ano ao governador João Lyra Neto que as famílias sejam atendidas em audiência para relatarem o sofrimento que vêm passando e nunca foram atendidos pelos políticos. Diante da falta de diálogo com o poder público estadual, a decisão dos coletivos foi de ir às ruas para denunciar a situação, a partir das 15h, nesta quinta-feira, com concentração no terreno ao lado do Terminal Integrado de Camaragibe.